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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

PROPAGANDA MACHISTA

Fotos: Fábio Pozzebom/ABr e Divulgação
O Conar (Conselho Nacional de Autoregulação Publicitária) agendou para esta quinta-feira (13) o julgamento do “processo ético 225/11.”
Refere-se a uma representação formulada por Iriny Lopes, ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Muheres da Presidência da República.
Datado de 26 de setembro de 2011, o documento da ministra pede que seja retirada do ar propaganda da empresa Hope.
Estrelada pela modelo Gisele Bündchen, a campanha que abespinhou Iriny é composta de três peças. Podem ser assistidas aqui,aqui e aqui.
Em sua representação, cuja íntegra está disponível aqui, a ministra anota:
A publicidade “intima as mulheres brasileiras a fazerem uso de seu ‘charme’ (exposição do corpo e insinuações) para amenizar possíveis reações de seus companheiros frente a incidentes do cotidiano.”
Algo que, a seu juízo, “promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como mero objeto sexual de seu marido e ignora os grandes avanços que temos alcançado para descontruir práticas e pensamentos sexistas.”
Para Iriny, a publicidade, por seu “conteúdo discriminatório contra a mulher”, infringiu o artigo 1da Constituição, que prevê em seu segundo inciso o “respeito à dignidade da pessoa humana.”
Acha que houve afronta também ao artigo 5do texto constitucional, que anota no inciso primeiro: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações.”
De resto, a ministra invoca como fundamento do seu pedido trêsartigos do Código de Ética do Conar: 19, 20 e 21. Rezam o seguinte:
- Artigo 19: Toda atividade publicitária deve caracterizar-se pelo respeito à dignidade da pessoa humana, à intimidade, ao interesse social, às instituições e símbolos nacionais, às autoridades constituídas e ao núcleo familiar.
- Artigo 20: Nenhum anúncio deve favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou discriminaçãoo racial, política, religiosa ou de nacionalidade.
- Artigo 21: Os anúncios não devem conter nada que possa induzir a atividades criminosas ou ilegais –ou que pareça favorecer, enaltecer ou estimular tas atividades.
Criado em 1980, o Conar é uma entidade de direito privado que tem como missão “impedir que a publicidade enganosa ou abusiva cause constrangimento ao consumidor ou a empresas.”
O conselho age por iniciativa de seus diretores ou quando provocado por “denúncias de consumidores, autoridades e associados.” A queixa de Iriny encaixa-se no segundo caso.
As denúncias são julgadas por um Conselho de Ética, que confronta as representações com a defesa dos acusados.
O histórico do conselho demonstra que os resultados dos julgamentos costumam ser acatados por empresas e agências publicitárias que assinam os comerciais questionados.
No caso da publicidade de calcinhas e sutiãs da Hope, a representação de Iriny Lopes, seja qual for o resultado, surtiu efeito inverso do pretendido.
A intervenção da ministra produziu uma polêmica que deu ao comercial que se pretende proibir uma visibilidade inaudita.
Concebidas para a televisão, as peças protagonizadas por Gisele correram a internet, ganharam as páginas dos jornais e das revistas.
Ainda que prevaleça no Conar, a ministra já desceu à crônica do anúncio como a maior propagadora do suposto “reforço do estereótipo equivocado da mulher como mero objeto sexual.”
No Planalto, órgão ao qual a secretaria de Iriny está vinculado, a ação da ministra foi recebida com reservas.
Os críticos mais amenos tacham a representação ao Conar de “desnecessária”. Os mais severos qualificam a iniciativa de “desastrosa”.

https://www.youtube.com/watch?v=L8rWxKbrOPA&feature=player_embedded

2 comentários:

  1. Na verdade o CONAR foi tendencioso e achou que simplesmente a propaganda não promovia o sexismo.

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  2. Brasília
    O Conselho de Ética do Conar (Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária) recomendou de forma unânime, ontem, o arquivamento do processo de suspensão do comercial da Hope, estrelado pela modelo Gisele Bündchen.

    A peça publicitária foi alvo de críticas do governo federal por supostamente desrespeitar a condição feminina. Com a decisão, o polêmico comercial continua liberado para veiculação. Os membros do conselho acompanharam o voto do relator, que considerou os estereótipos presentes na campanha "comuns à sociedade e facilmente identificados por ela, não desmerecendo a condição feminina", segundo a nota divulgada.

    As denúncias recebidas pelo Conar partiram da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), chefiada pela ministra Iriny Lopes, que acionou o conselho para pedir a suspensão da propaganda, por considerá-la ofensiva à imagem da mulher. E a SPM informou em nota ontem que não vai recorrer da decisão Conar.

    Nos vídeos, Gisele aparece contando ao marido que bateu seu carro e estourou o limite do cartão de crédito. Primeiro, a modelo revela os problemas vestida com roupas e, na sequência, apenas de lingerie. A propaganda diz que a primeira maneira é errada, e a segunda, a correta. E incentiva as brasileiras a usar seu "charme".

    "A Secretaria avaliou hoje (ontem) que o fato de o Conar ter levado a representação a julgamento em seu Conselho de Ética já representou um importante avanço", diz a nota. "A Secretaria informa também que acata a decisão do Conar e que não vai recorrer."

    A representação foi enviada pela SPM ao Conar após recebimento de reclamações de mulheres que se sentiram ofendidas com a propaganda.

    A decisão do conselho do Conar teve unanimidade. Participaram da reunião cerca de 20 conselheiros. Segundo a assessoria do Conar, caso não ocorra nenhum recurso, no prazo de 5 dias, o processo será arquivado em definitivo.

    Novela

    Além da tentativa de retirada do ar do comercial, Iriny enviou um ofício à TV Globo sugerindo que uma personagem agredida pelo marido na novela "Fina Estampa" procure o Serviço de Atendimento à Mulher (180), e que o agressor seja encaminhado aos centros de educação e de reabilitação, previstos na Lei Maria da Penha.

    Em outro caso, a secretaria enviou uma carta de apoio ao Sindicato dos Metroviários de São Paulo, que pediu à TV Globo para tirar do ar o quadro "Metrô Zorra Brasil". Para o sindicato, o quadro incentiva o assédio sexual nos vagões.

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